quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Decreto

Hoje eu acordei vomitando palavras mais rudes que a vida
E andando pela avenida, declamei meus versos mais cortantes.
Perdi a voz, sim,
A calma, a alma, a mim.
Cara a cara com a revolta, percebi:
Tudo que está à minha volta não tem ouvido,
Por isso as relações não têm sentido
E quem se rebela, decreta seu fim.

Semelhante

Humano:
É essa palavra que não me diferencia do outro.

Engano também...

Poema Como Todos os Outros

Andando pelas ruas
Vi tudo o que todos vêem
Não me conformei igual a maioria
Reclamei como todos fazem
Sentei, bebi, fumei,
Voltei a andar pelas ruas
Vi tudo o que todos vêem
Não me conformei,
Reclamei,
Sentei,
Bebi,
Fumei,

Morri.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Não

Não.
Dessa vez não vou cuspir meus absurdos verbais,
Nem pedir paz pro que não tem.
Quero apenas repousar-me com a certeza de que amanha ninguém e nada vai ser meu.
[antes a certeza do não, do que as infinitas possibilidades do talvez, talvez]
O que você fez [ou faz] é enxergar o mundo de maneira oposta à minha.
Alias, oposição seria uma das poucas palavras que nos definiria.
E falo isso no passado, porque não há mais presente.
Sua ausência começa a pesar nos meus passos e olhos.

[19/03/2010]