domingo, 11 de setembro de 2011

Não Me Dê Chá de Cogumelo

Se uma já traz desgosto,
Não quero vê-la em triplo!
Digo isso porque
Me ofereceu, um amigo,
Alegando que é rico
O efeito do gosto.
Replico que riqueza excessiva
É o que me angustia
E essa realidade, que é nociva,
[Multiplicada, ainda por cima!]
Pode provocar ressaca infinita!

Corpo-Imã

Então aqui, frente a frente,
Poderia lhe declamar a poesia entalada na garganta,
Que quer gritar algo ainda abstrato.
Não sei...
Apesar do momento propício,
Ele é errado pra mim.
E fico assim: nessa angustia sem fim
Querendo tocar teu corpo-imã,
Que o tempo todo quer transformar em rima
O meu ser junto ao teu.

[13/07/2010]

Propaganda e/ou Caso Perdido

Já que você virou propaganda
E não vai entender o que te digo,
Não mais te suplico consciência.
Você é caso perdido!
Retirar-me da luta
É suicídio,
Mas, hoje, infeliz,
Prefiro morrer, do que ver
Tua glória sem brilho.
Já que você virou propaganda
Eu te digo que você tá bonito,
Enquadrado,
Bem vestido,
Um verdadeiro partido
Pros que não pensam!
Que pena, querido.
Logo você, que já teve em mim um abrigo,
Que de minhas paixões,
Foi a que, um dia, me orgulhei...
Logo você,
Que escutei dizer
Que ia mudar o mundo.
Você, querido,
Hoje, tá imundo de propostas falsas,
De focos equivocados,
De faltas de opiniões exacerbadas,
De ideologias rasas!
Agora, você é propaganda.
Te vejo na tv, alí na banca,
Menos aqui perto, vivo, completo.
Você, querido, agora é só imagem
E reprodução do perigo.
Já que você virou propaganda
A última coisa que te digo
(Com a certeza de que vai ser bem difícil
O entendimento da sua cabeça atrofiada),
É que te perdi pela estrada,
Mas, se pudesse, teria de prendido,
Seu bandido,
Desunamo,
Desonesto,
Esquecido,
Caso perdido,
Caso perdido,
Caso PERDIDO!!!