domingo, 17 de junho de 2012

Nem Mesmo Aquela


Não têm o mesmo ritmo
E o sorriso já está no óbito.
Os destroços talvez ainda tente resgatar
À toa.
Pensa que a vida é boa?!
É não.
De confusão o mundo ecoa
É atraso, passo, pouco laço, repressão.
O tesão aonde foi parar?
Tenta tragar mais uma depressão
E explorar sonhos lúcidos demais.
Só é capaz de sentir felicidade
Pensando que é o único na cidade
Que tem tantos maços, passos, capacidade de olhar.
Está só no meio disso tudo,
Mas acredita, bem no fundo,
Que vai melhorar.
E é assim que sua vida aos poucos se encerra.
Junto com a erva, fecha os olhos e reza pra passar.
Adeus você.
Ninguém mais o vê,
Nem mesmo aquela...




Que um dia quis ser seu par.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bigode


Com ele explode o gozo.
Detalhadamente explora o todo
E é assim que eu me rendo.
Conhece, merece, e aquece o que guardo.
Aguardo impacientemente o momento do contato.
É pêlo, poro, roço, denso impacto.
As marcas ficam,
Os olhos gritam,
As mãos imploram que não se afaste por tanto tempo.
Bigode, que desvendou o que ninguém pode:
Quero mais amor do que lamento.

domingo, 10 de junho de 2012

Corra [ou morra?]


perigo corra rápido muito verde
vai procurar depressa mais um anti-lucidez
abrigo morra e ganhe um
e se a cachorra gritar, faça o mesmo
se a vaca tossir, corra rápido, muito verde
eu sei que nos dias quentes você sonha com o inferno!
acorda e nota que vc o frequenta, de terno
é o telefone e o sapato que aperta e você só vê mais e mais  verde!
longe eu fico muito automático no meio da avenida
na cabeça só tem o botão de partida. pra onde?
eu vou pra beira do terraço, lá eu vejo alternativa
por isso eu repito: corra, tem muito verde, você pode morrer parado!
melhor voando, eu juro!

[Carol Barbosa e Fellipe Pires]

domingo, 13 de maio de 2012

Tá Tudo Bem


Eu sabia que
Em qualquer dias desses sombrios,
Sem abrigo,
Você voltaria para os braços
Daquela que nunca rompeu laços
E eu continuaria aqui:
A idealizar o que estaria por vir,
Se o meu medo me permitisse.
Não condeno, aceito, sei que não é erro de ninguém.
O mundo gira, você e eu também.
E enquanto ainda estiver viva
Essa paixão, que alivia e angustia,
Eu vou estar sonhando com os dias que não chegaram.

Bom saber que com você está tudo bem.


[Data Perdida]

domingo, 11 de setembro de 2011

Não Me Dê Chá de Cogumelo

Se uma já traz desgosto,
Não quero vê-la em triplo!
Digo isso porque
Me ofereceu, um amigo,
Alegando que é rico
O efeito do gosto.
Replico que riqueza excessiva
É o que me angustia
E essa realidade, que é nociva,
[Multiplicada, ainda por cima!]
Pode provocar ressaca infinita!

Corpo-Imã

Então aqui, frente a frente,
Poderia lhe declamar a poesia entalada na garganta,
Que quer gritar algo ainda abstrato.
Não sei...
Apesar do momento propício,
Ele é errado pra mim.
E fico assim: nessa angustia sem fim
Querendo tocar teu corpo-imã,
Que o tempo todo quer transformar em rima
O meu ser junto ao teu.

[13/07/2010]

Propaganda e/ou Caso Perdido

Já que você virou propaganda
E não vai entender o que te digo,
Não mais te suplico consciência.
Você é caso perdido!
Retirar-me da luta
É suicídio,
Mas, hoje, infeliz,
Prefiro morrer, do que ver
Tua glória sem brilho.
Já que você virou propaganda
Eu te digo que você tá bonito,
Enquadrado,
Bem vestido,
Um verdadeiro partido
Pros que não pensam!
Que pena, querido.
Logo você, que já teve em mim um abrigo,
Que de minhas paixões,
Foi a que, um dia, me orgulhei...
Logo você,
Que escutei dizer
Que ia mudar o mundo.
Você, querido,
Hoje, tá imundo de propostas falsas,
De focos equivocados,
De faltas de opiniões exacerbadas,
De ideologias rasas!
Agora, você é propaganda.
Te vejo na tv, alí na banca,
Menos aqui perto, vivo, completo.
Você, querido, agora é só imagem
E reprodução do perigo.
Já que você virou propaganda
A última coisa que te digo
(Com a certeza de que vai ser bem difícil
O entendimento da sua cabeça atrofiada),
É que te perdi pela estrada,
Mas, se pudesse, teria de prendido,
Seu bandido,
Desunamo,
Desonesto,
Esquecido,
Caso perdido,
Caso perdido,
Caso PERDIDO!!!