sexta-feira, 6 de março de 2009

Desumano

Não.
O prazer de destruíres meus sonhos com atos ingratos, não será teu!
Aliás, o que terás de mim no eterno, é apenas esse desejo intraduzível de querer tua alma em minha boca.
Passas fingindo que és humano. Não és. Eu sei. Traduzo-te pelos teus - ainda cegos - olhos nus.
Digas mais versos falidos, prosas sem gosto, desperdices mais sorrisos com seres que não lhe valham... Continue!
Não me dói.
Não me dói, porque essa máscara não é tua. Porque o que apresentas pra qualquer nua, é carne, enquanto eu e o que realmente és, somos espírito.
Perceba, querido: fui criada pra te pertencer.
Não podes desobedecer as leis da vida.
Não permito que me deixes partida no início dessa estrada tão poética que nos aguarda.
Teus atos não me dizem nada. Teus olhos, sim.
Aguardo.
Quando teu olhar, de fato, enxergar,
Quando teu corpo não mais desobedecer ao destino,
Quando teus passos seguirem os rastros dos meus versos.
Inteira, estarei.
Completa do que é teu.
Inspirada na poesia da tua alma.
E te mostrarei, não mais provida de calma, que os prazeres do teu íntimo [os quais nem tu conheces], foram guardados só para mim.
Assim, continue a amar pela metade,
Mas, quando vieres, jogues fora tudo o que tens de humano, tudo o que é realidade.

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