domingo, 11 de abril de 2010

Lixo de Tolo

Sou tola, como a dor que me constrói.
“Aonde cheguei, meu Deus?”, pergunto-me.
Sinto que a resposta é sempre a mesma:
”No lugar onde quiseste!”.

Parece peste esse interesse pelo que é vazio.
Não há anestésico que tire o sufoco de senti-lo.
Percebo meu corpo sombrio,
Meus pensamentos, meus olhos, meu útero, meu futuro filho [o poema].
Fico no dilema:
“Brigo comigo mesma, ou deixo que o nada percorra minhas veias
E faça do meu sangue veneno para as almas alheias?”.

Tenho medo de mim,
Do que posso aniquilar por estar me destruindo
Do que não posso levantar por ter base fraca
Do nó cada vez maior entalado na garganta
Querendo gritar palavras que só existem nos corações amargurados.

Os retratos que tenho tirado mostram sempre uma só flor,
Desbotada, com as pétalas caindo...
Assim tenho me sentido.
E cada pedaço meu que se vai, é uma punhalada que contrai meu corpo
E, de repente, percebo que o espaço que tenho ocupado é pouco
Diante da imensidão do vazio que abrigo.

Espero, então, a hora de me despetalar por inteira,
Pra que, talvez, eu me torne uma nova guerreira
E saiba lutar contra a besteira de se deixar levar pelo nada.

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