domingo, 28 de março de 2010

Materialização do Poema

E qual seria a rima mais intensa que o atrito dos nossos corpos?
Que poema declamaria a força imensurável das nossas trocas infinitas?
Meus esforços em nos delatar, enfraquecem-me,
E só quando deparo novamente com o teu ser,
Fortaleço minhas veias, meus sonhos, meus verbos!
Tudo o que vem de você está tatuado no meu corpo,
Está preso na minha garganta,
Entranhado nos meus passos.
Todos os nossos laços têm nó, têm um quê de eterno, de completo, de preso.
Contigo esqueço o mundo,
Escapam-me a rima, o poema, o ritmo, até o pensamento desleal.
Talvez você seja a minha própria poesia:
A mais intensa, a melhor verbalizada até então.
Talvez esse esforço seja cada vez mais em vão,
Já que te descubro todo dia,
Já que a cada segundo te reescrevo no meu corpo, nos meus sonhos, na minha fantasia.
Os olhos, a alma, a troca, você: poesia minha!
Obra de arte que inventei,
Que só é arte por ser meu, por estar aqui.
Decidi:
Deixo de lado os versos cansados da tentativa fracassada de se tornarem matéria,
E permito que tua imagem grite todos os devaneios meus.

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