sexta-feira, 7 de maio de 2010

Só?

Andando pelas ruas que nunca pensou em passar
Descobriu, talvez, o que queria [ou não]:
O ser humano é só!
Nasce sozinho, morre sozinho e queria entender
Por que tem gente acreditando que
Necessariamente ele vai ter passos acompanhados.
As duas pernas e dois braços, olhos e ouvidos
Devem servir justamente pra isso, concluiu:
Se não conseguir solucionar algum problema com um,
A gente usa o outro.
A partir dessa conclusão, tudo ficou mais simples [ou não]:
Olhou pro mundo e sentiu uma desilusão imensurável.
A verdade que havia criado matou todas as suas expectativas.
Por mais que antes ela se desiludisse com quem depositava seus sonhos,
Ainda existia a esperança de encontrar outro ser melhor.
Onde, agora, guardaria suas ilusões?
Pegou todas elas e jogou no primeiro lixo.
À alguns metros de distância, olhou pra trás
E viu o mendigo feliz, recolhendo-as
Tirou outra conclusão [essa era definitiva]:
“O ser humano é só, mas a vida exige outros”.
Para ratificá-la
Olhou pro seu órgão sexual e percebeu:
Esse, eu tenho um só.

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