Talvez, de tanto amar o homem se esqueça do amor.
Não porque se põe à chorar, mas porque se põe a compor.
Vira música a vida, e entre acordes e batidas,
Vai se diluindo o impulso do querer.
Quando começa a perceber,
Não se sabe mais quem domina:
As cordas com as rimas
Ou os desejos, que são frutos dessa ausência de paz.
Digo isso porque sou homem,
E porque talvez eu tenha amado demais.
Mas, me encontro aqui:
Preso no som dessas notas
Que gritam meu passado (qual não lembro).
E, num lamento,
Espero, atento, as respostas
Das perguntas que talvez não me interessem mais.
sábado, 15 de maio de 2010
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