sábado, 8 de agosto de 2009

Impaciente

Impaciente.
Esperando teus braços que, mesmo pouco fortes,
Foram feitos para proteger a mim.
E assim te declamo:
Sabor de fome insaciada,
Procura desenfreada por algo que lembre teu nome.
“Se alguém some, é porque não quer aparecer”, diz-me uma voz amaldiçoada,
Mas prefiro crer que houve algum imprevisto no ato do reencontro.
Insisto em você, porque surgiu sem que eu quisesse
E me trouxe o gosto de algo que nunca mais havia provado.
Insisto em você porque há mistério nos seus olhos,
Nos seus toques, nos seus lábios...
E o que eu quero é te desvendar devagar, por partes,
E logo devorar a tua alma.
Já disse que não tenho calma?
Minhas mãos estão molhadas e gritam teu corpo a todo instante.
Não cometa o crime de fazer da tua matéria, algo distante,
De deixar com fome a carne errante que só deseja sentir o gosto da liberdade:
Propriedade particular da sua profana existência.

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