segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Não Deixar o Mundo Assim

Pergunta-me se quero ir agora,
Já que a aurora te disse que estou apta à partir.
Não tenho medo do que está por vir,
Mas receio o que deixarei.
São planos que ainda não completei,
Palavras, revoltas, lutas que não declamei.
Se vim à Terra para fazer só o que fiz até agora,
Não diria que perdi tempo,
Mas confessaria que gostaria de mais um lamento para abrigar.
A vida que alimentei até aqui,
Foi construída por dores que transformei em flores.
E eu te digo, Senhor, que o jardim não está completo.
Alguns botões de desamor esperam meu corpo, minha alma
E minha fome de querer transformar em concreto
O que o homem não vê, porque se acha esperto demais.
Sabe, Senhor, encontrei a paz nos meus devaneios,
Transformei-os em atos, palavras, sorrisos que fizeram diferença,
Mesmo que mínina,
Na vida de quem queria me ver.
A aurora nada sente quando vê algum doente pedindo um sorriso,
Mas em mim, Senhor Querido, sempre nasce um buraco,
E o que eu viso, é dar as mãos.
Se eu tiver que partir, que me deixe ao menos
Semear os meus sonhos no coração de quem se assemelha a mim.
Acho um pecado, Senhor, partir assim:
Deixando o mundo ainda enfermo, ainda carente de mais Querubins.

Um comentário:

  1. Oi Carol! Sou a Lise, namorada do Patrick, lembra de mim? Te adicionei nos blogs que acompanho, tá?
    Gostei muito do blog e de seus escritos.
    bjkss

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