domingo, 23 de agosto de 2009

Temor

Tenho medo dessa certeza e da clareza do meu sentimento.
Suplico ao vento que leve embora a paixão antes que me devore.
Tudo meu é intenso demais e você me traz um desejo desenfreado de te tocar.
Somos mar, mas de ti só conheço a calmaria.
Já a mim, tu só viste a tempestade.
Invade meu corpo como o ar: invisível e prazeroso.
Sonho com teu gozo de homem disposto a fazer poesia.
Tenho medo dos seus olhos.
Olham-me pedindo o que não sei.
Agonia temer o que talvez grita me querer.
Agonia te ver e esconder a alegria de deparar com sua boca.
Louca, minha alma te anseia, te declama, te aguarda.
Não sei se quero que parta ou fique,
Só sei que um vulcão habita em mim,
E confesso: temo a erupção.
Também temo o meu fim.

Um comentário: