sábado, 10 de outubro de 2009

Jogo

Não liga, moço.
Vai passar.
Todo esse desgosto vai embora,
Pra dar lugar ao pior.
Não adianta!
Cada passo dado é um nó
Que te afasta do que é bem.
Eu?
Perdi meus ideais por essa estrada.
Não tenho nada, nem ninguém pra lamentar.
Se luto, é pra encontrar o fim.
O fim desse vazio que me tomou,
Do todo/nada que se infiltrou em meu ser.
Não adianta, moço.
Você também vai perceber:
A batalha contra o cotidiano é injusta.
Quando acordar,
Estará preso na realidade individualista de todos os seres.
A vida se tornou isso:
Você entra no jogo,
Ou entra no jogo.
Não há espaço para o “vir a ser”.
É estereótipo, é máquina, é classe, é divisão, é pouco poder.
Não se iluda, moço.
O jogo já foi moldado,
E você também veio pra perder.

[25/06/2009]

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