sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sede

Eu quero a última gota de álcool
Que precede o momento do choque das nossas almas.
Ver teu corpo esculpido diante dos olhos,
Saboreando o amargo do que me tira a lucidez.
Depois, cair em teus braços e traços,
Como se fossem as notas
Da mais perfeita melodia dos atritos.
Correr o perigo de te ter e depois querer bem mais.
Risco de morrer, por não ter mais paz
Após sentir o calor do teu gozo...
Essa embriaguez que me faz provar cada pedaço teu,
Transforma-se em marca eterna.
Mas, quando a gota se encerra
Por entre as veias que gritam teu nome,
Fica em mim a sede de querer novamente provar
A amargura do teu ser diante do meu.
Marcando ainda mais o corpo que só quer ser teu,
Implorando que o breve instante dure
O mesmo tempo que durará minha vida [a tua].

[23/05/09]

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